Seis da manhã…
Clique no controle da TV
Clique no fogão
Água fervendo
E a tela também
O coador filtra
A tela não
O cheiro exala
É café
Na tela a mesma fala
Tudo como dantes abaixo da linha do Equador
O cheiro é de sangue
Entre um gole e outro do preto café
Um gole de sangue meio vermelho
Lágrimas salgadas
Choro de quem ficou
Sirenes alarmadas
E um gole de café
E outro de sangue
Todas as manhãs o menu é o mesmo
É o breakfast da desgraça
Café com sangue
O preço?
É barato
Aceita?
É café com sangue…
Lucas Bóris