ESTUDO 09:
DESERTO – Tratando o coração do povo:
I – História:
Em pouco mais de um ano após sair do Egito o povo atravessou o deserto e chegou a um local chamado Cades-Barnéia, próximo às fronteiras de Canaã.
Moisés enviou doze homens para espiar a terra, dentre eles Josué e Calebe. Nm.13
Os espias voltaram trazendo um relatório que desanimou o coração do povo. Disseram que naquela terra havia guerreiros gigantes, e que eles jamais poderiam derrotá-los e expulsá-los de lá. Porém Josué e Calebe falaram: “ Não temas, o Senhor irá à nossa frente e lutará por nós, é certo que venceremos.” Mas o povo começou a murmurar contra Moisés e contra Deus, e queria voltar ao Egito, apesar de todos os milagres que o Senhor operou no meio deles.
Deus se irou com a murmuração e incredulidade do seu povo, e os deixou morando no deserto, acampando de um lugar a outro, por mais de 38 anos, até que morresse a geração dos adultos que saíram do Egito. Estes não veriam a terra prometida, exceto Josué e Calebe.
As crianças que saíram do Egito tinham mais de 40 anos, outros nasceram no deserto, e foram estes que entraram na terra juntamente com Josué e Calebe.
II – Deus trata com seu povo, com quem Ele fez uma aliança:
Deus sempre trata com o pecado do seu povo, porque com eles tem uma aliança. Em Jeremias 32:40 diz que “Tenho com eles uma aliança eterna, segundo a qual nunca deixarei de lhes fazer o bem.” Ainda que esse bem seja corrigir, porque o “Pai corrige o filho que ama.”
Nós também passamos por “desertos” na nossa vida, tempo de tribulação, correção. Esse tempo não é para murmurar e questionar Deus, mas confiar e esperar. O deserto não é morada do crente, mas passagem.
Nesses 40 anos do Egito à Canaã, Deus tratou com alguns pecados na vida do povo, como incredulidade, idolatria, murmuração. Neste estudo trataremos especificamente da murmuração.
“Fazei tudo sem murmuração nem contendas.” Filipenses 2:14
A murmuração aponta para incredulidade e ingratidão.
III- Chamado para ser grato:
“Em tudo dai graças, porque esta é vontade de Deus, em Cristo Jesus.” I Tess. 5:18
É muito comum olharmos para a nossa vida e separarmos as coisas desagradáveis das coisas agradáveis, para ser gratos por essas e tentarmos esquecer aquelas. Assim focamos nosso prazer e conforto, como experiências dignas de gratidão.
Porém, Deus nos chama para em tudo dar graças.
Henri Nouwen em seu livro: “Transforma meu pranto em dança” diz: “Gratidão, em seu sentido mais profundo, significa viver a vida como um presente a ser recebido com agradecimentos. E a gratidão verdadeira inclui tudo que a vida nos traz: a alegria e dor, as boas surpresas e as decepções, os momentos de glória e os de provações… A cruz de Cristo nos convida a ver graça onde há dor, a ver ressurreição onde há morte. O chamado para ser grato é um chamado para confiar em que cada momento pode ser experimentado como o caminho da cruz, que leva a uma nova vida.”
1- Tudo coopera para o bem: Romanos 8:28
Só podemos abraçar com gratidão toda a nossa vida como uma dádiva, quando nos tornamos conscientes da presença de Deus em relação a tudo o que nos acontece. Deus é soberano, e nem um fio de cabelo nosso cai sem o seu consentimento, logo, tudo o que Ele permite que passemos tem um propósito, e com certeza coopera para o nosso bem.
Em Romanos 8. 35 diz que nada – nem tribulação, angústia, medo, perigos, nem mesmo a morte, poderá nos separar do amor de Cristo. O coração grato crê na soberania e no amor de Deus.
2- Gratidão requer prática:
A gratidão precisa ser cultivada. Um coração grato requer atitudes, além de emoções.
– Salmos 103:1,2 – Bendize ó minha’alma ao Senhor…e não se esqueça de nenhum só dos seus benefícios.
– Salmos 105:1 a 3 _ Rendei graças ao Senhor… narrai todas as suas maravilhas.
– Colossenses 3:16b _ louvando a Deus com salmos, hinos… com gratidão em vossos corações.
IV- Exemplo da história de Israel: Ler I Coríntios 10:1 a 12
“…Estas coisas lhes sobrevieram como exemplo, e foram escritas para advertência nossa…a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram… e ficaram prostrados no deserto.”
Cada experiência que Deus permite que vivamos tem um propósito de valor eterno.
A história do povo de Deus no deserto deve gerar temor no nosso coração.
“Tudo o que foi escrito, para o nosso ensino foi escrito.”