- COM TERNURA CONDUZES A MINHA ALMA… em 09/07/2018
Por vários dias todos nós, amigos e familiares, nos preparávamos para o momento da partida, até que ele chegou. Paula e eu estávamos em missão, daquelas que nossa líder muito amava: Acampamento de jovens. Na noite de domingo, interrompemos nossa missão e fomos ver mais uma vez e, pela última, aquela que tanto nos incentivou ao trabalho do Senhor. Enquanto Paula segurava sua mão, eu acariciava e massageava seus pés, frios, na tentativa de aquecê-los e dar um pequenino e momentâneo conforto. Lembrei de quantas nações aqueles pés pisaram juntamente com os meus, quanta história! Nossa missão juntas: levantar o trono de adoração ao Deus Único e Verdadeiro em cada nação. Nesse momento, Paula começou a cantar “Em teus braços é o meu descanso” e, assim, cantamos a nossa última música pra Deus, com ela. Voltamos para o Acampamento. Na madrugada, quase pela manhã, a notícia chegou… por mais que nos preparamos, não queríamos acreditar. Paula me deu colo e ali, choramos juntas. Depois entrei no meu quarto como quem entra em um casulo e não quer mais sair, chorei muito, tentei me aquecer do frio, mas nada fazia estancar aquela dor no peito; já era quase nove da manhã. Quando então, ouvi um doce sussurro do Espírito ao meu ouvido: “Levanta, há vida lá fora, há vidas lá fora…” (Jovens aguardavam o início do culto). Senti o Senhor literalmente conduzindo a minha alma. Lembrei da passagem em que o rei Davi chorou, jejuou e clamou pelo seu filho. Depois se levantou, se lavou, comeu e entrou na Casa do Senhor para adorá-lo. E assim o fiz, me levantei, tomei um banho, comi e fui para o último culto do Acampamento. Ali entrei e adorei ao Senhor nosso Deus, e entendi que essa era uma Palavra que Deus me deu para compartilhar com o nosso grupo Encontros & Caminhos.
Quando os discípulos perderam a Jesus, perderam muito mais que um amigo ou Mestre, perderam a presença física do Salvador, enfrentaram o silêncio das suas palavras, o vazio da sua presença física, por um momento enfrentaram o desânimo e a tristeza de não poder mais contar com Ele; e por um momento, esqueceram até de suas palavras e promessa de Ressurreição. Eles choraram, lamentaram, ficaram amedrontados e acuados com as ameaças aos seguidores de Jesus. Em João 21, Pedro, a quem mais tarde o Senhor escolheu para liderar a sua Igreja disse: “Vou pescar.” Como era um homem influente, outros disseram: “Vamos também”. Essa atitude mostra que eles ficaram sem esperança, meio perdidos, sem rumo, sem direção, resolveram voltar para seus afazeres anteriores. Havia dor, desilusão, sentimento de fracasso. Eles tentaram fugir da sua missão, voltando ao ponto inicial: a pesca. Até que aquela noite de pescaria se tornou em motivo de grande gozo. O Mestre ressuscitou! A esperança renasceu.
A primeira parte da história tem muito a ver conosco. Perdemos nossa líder, nossa mentora, discipuladora, nossa mãe ministerial, além de uma grande amiga! Ela nos dava direção e orientação quanto às decisões e ações do grupo. O desfecho da nossa história não será como a dos discípulos de Jesus; Luci não ressuscitará para nós, e, é aqui que o poder de Deus se manifesta; temos um Salvador que já venceu a morte. Ele é Soberano. Luci não voltará para nos aconselhar; quem ouviu, ouviu. Sua voz não será mais ouvida a não ser em alguns áudios ou vídeos gravados por ela. Sua voz foi silenciada, porém suas palavras ditas na convivência conosco ecoarão à medida em que cada uma de nós nos posicionarmos quanto às sementes que ela plantou em nós. Sementes estas, que só nós poderemos dar as condições para germinar. Não temos mais Luci, mas temos Marisa, temos umas às outras, somos um grupo, cruzamos nossas histórias, sonhos e projetos. Portanto, vamos nos permitir viver o nosso luto, cada uma do seu jeito, no seu tempo… vamos chorar, vamos prantear, vamos sentir saudades, vamos refletir, porém, vamos fazer como o rei Davi fez em II Samuel 12.
Ele estava num processo de dor, de ansiedade e expectativa pela cura do seu filho (tal qual estivemos…) mas a morte veio, lhe tirou o filho, a despeito do seu quebrantamento e choro. Ao receber a notícia diz o texto: “Então, Davi se levantou da terra, e se lavou, e se ungiu, e mudou de vestes e entrou na casa do Senhor e o adorou; então veio à sua casa e pediu pão.”
Nesse processo em que estamos vivendo, Deus nos permite chorar a nossa dor, mas Ele não nos quer prostradas ou sem direção. Há projetos e sonhos a se concretizarem. Então, vamos nos levantar, vamos nos lavar, vamos nos ungir, vamos entrar na Casa do Senhor e o adorar e vamos comer (nos alimentar da Palavra). Quem não come não se fortalece, quem não se fortalece não consegue prosseguir. Deus vai nos consolar em nossa tristeza, vai conduzir a nossa alma com ternura, irá trocar a tristeza por seu óleo de gozo, vai trocar nosso espírito angustiado por vestes de louvor, para que sejamos reconhecidas como árvores plantadas pelo Senhor para que Ele seja glorificado.
No versículo 24 lemos: “Então consolou Davi a Bate-Seba…” e desse consolo, o Senhor lhe deu um filho que foi muito amado por Deus (Salomão), que edificou a Casa de Deus, tão sonhada por Davi. Salomão continuou a obra projetada por Davi. Nos consolemos umas às outras, para que possamos gerar mais filhos e continuar a obra projetada para o Encontros & Caminhos.
Susilaine Fabre de Carvalho
Palavra, maravilhosa! Por incrível que pareça, ao acordar naquela manhã, lá estavam os recados das amigas,: “Lu foi para os braços do Pai”. Me sentei na cama e a palavra que o Espírito Santo de Deus, ministrou foi exatamente essa de Davi, quando seu filho morreu! Porque assim foi pra mim, meu coração chorou quando a Lu foi para o hospital, fiquei de luto em todo tempo, e depois, o desejo de me levantar, porque me lembrei das palavras dela quando me deu a toalha verde que esqueceu no encontro: ”Fica com a toalha para as borboletas te lembrarem que deves voar”! Essa foi a despedida dela pra mim, eu sabia!
Que lindo Susi…o Senhor é aquele que nos supre com sua Palavra e com seus braços de amor.